Ah, o medo de errar! Esse clássico da humanidade, quase tão antigo quanto a invenção da roda… ou do “tropeçar em público”, que convenhamos, é bem mais embaraçoso. Porque, cá entre nós, quem se importa em cair sozinho? O problema é a plateia imaginária, essa equipa de jurados silenciosos que parecem ter assinado um contrato vitalício para assistir à sua vida como se fosse um reality show da perfeição alheia. E o prêmio? A sua capacidade de nunca, jamais, cometer um deslize. Boa sorte com isso.
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Quer investir num projeto novo? Nem pense! O fracasso, esse bicho-papão moderno com um PhD em rotular pessoas de “incapazes”, já está à espreita. E não se engane, ele tem um assistente pessoal que vive no LinkedIn, mostrando apenas “sucessos instantâneos e sem suor”. Afinal, quem precisa aprender com a própria pele quando se pode fingir que tudo deu certo de primeira, não é mesmo? É quase uma arte, a arte de não errar.
Mas, aqui vai a grande ironia: é justamente nesse banho-maria de dúvida, desconforto e vergonha que a tal da resiliência, essa palavra bonita dos discursos motivacionais, decide dar as caras. É como se o fracasso fosse aquele professor chato, mas que te faz passar de ano. Ninguém quer regar a plantinha do “crescimento através da vergonha”, preferimos o solo árido da zona de conforto, onde o máximo de risco é derrubar o café na camisa. E o máximo de avanço, bem… é não manchar a camisa.
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Então, que tal uma proposta indecente? Vamos tratar o fracasso não como um atestado de óbito da sua autoestima, mas como um rascunho imperfeito? Sabe aqueles que precisam de umas boas rabiscadas e revisões, mas que no fundo têm potencial para se tornarem algo incrível? Exato. Porque, no fim das contas, ninguém alcança o sucesso com os pés limpinhos e os olhos vendados, como se estivesse passeando num campo de algodão-doce. É preciso, sim, sujar-se de tentativas e, gloriosamente, lavar-se em lições duras.
Porque o erro, esse mestre ingrato que te ensina na marra, ainda é um dos guias mais honestos no caminho tortuoso (e sujo) do sucesso.
E aí, pronto para o próximo rascunho imperfeito?
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